terça-feira, 2 de março de 2010

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Novidade

Olhares curiosos me seguem. Corpos inquietos esperam o comando. Paira na atmosfera um quê de desconfiança. Lá fora alguém aponta: aquele é o novo.
Um temor em responder expectativas. Uma vontade de fazer tudo certo. Uma tensão diante do novo. Um novo que espero tonar comum.
Gargalhadas. Criações. Confusões. Brigas. Broncas. Choro. Mais gargalhadas. Melindres. Dúvidas. Frustrações. Superações. Alegria. Aplausos.
No fim, a espontaneidade. Um sorriso e um beijo de aprovação. Cercado de abraços me vem a satisfação. E uma vozinha fina diz: tio, gostei da sua aula. E, ao fundo, mais vozinhas: eu também, eu também, eu também...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Timshel!

Acabei de ler um livro. Até agora o melhor que li em minha vida literária. E talvez um dos melhores que vou ler na minha longo (espero) vida literária.
O que faz dele melhor é que me ensinou. E livro quando ensina, além de contar todo o romance, é sublime.
Me ensinou a palavra "PODERÁS".
Não sei se devo entrar no mérito do livro, tão bem escrito pelo autor. Mas vou fazê-lo. Se passa pela história bíblica de Caim e Abel.
Caim, como lavrador, levou uma oferenda à Deus de frutos da terra. Abel, como pastor de ovelhas, levou um oferenda das primícias do seu rebanho. Deus se agradou da oferenda de Abel ao passo que não teve respeito por Caim e sua oferenda.
Caim ficou furiosa e, então, Deus lhe disse: "Por que andas irado? (...) Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Mas se procederes mal, eis que o pecado está à porta; o teu desejo será contra ti, mas a ti cumpre cominá-lo".
Em uma outra versão da Bíblia esta última parte se passa da segunite maneira: "Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta, o seu desejo será contra ti, mas haverás de dominá-lo"
E aí está a diferença entre um e outro: "A TI CUMPRE" e "HAVERÁS". E o livro, por meio de um personagem maravilhoso, sabiamente coloca entre essas duas palavras a palavra: "PODERÁS".
"A TI CUMPRE" é uma ordem.
"HAVERÁS" é uma promessa.
Há milhões de seitas e igrejas que aceitam como ordem e recaem na obediência. Há outros milhões que sentem a predestinação da promessa e nada que façam pode interferir.
Mas, se "PODERÁS", é verdade também que "NÃO PODERÁS" e isso dá ao homem grandeza. O homem tem a possibilidade de optar. Ele PODE escolher seu curso, lutar até o fim e triunfar...ou não. Mas ele PODE! PODE escolher e tema a glória da opção!
A lição que tirei desse livro deixa um gosto de quero mais. Um "que pena que acabou" e "que pena que já li". Mas foi ótimo e sem arrependimentos.
Fica como indicação "A Leste do Éden" de John Steinbeck.
e a certeza de que podemos!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

às vezes nunca sei se "às vezes" leva crase

Às vezes acontece que não sei
Às vezes acontece que sei demais
Às vezes acontece que acho que não sei
Às vezes acontece que acho que sei demais

Às vezes acho que acontece que não sei
Às vezes acho que acontece que sei demais
Às vezes acho que não acontece que sei
Às vezes acho que não acontece que sei demais

...
...
...
Às vezes, simplesmente, não acontece


(título inspirado em letra da música "Às vezes nunca" do Engenheiros do Hawaii)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

...

um arrependimento por motivo banal
uma tristeza que não parece ter fim
um desejo...enfim
de que tudo volte a ser igual

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Monstros

"Creio que há monstros nascidos no mundo de pais humanos. Pode-se ver alguns, disformes e horrendos, com enormes cabeças ou corpos minúsculos; alguns nascem sem braços, sem pernas, outros com três braços, com caudas ou bocas nos lugares mais estranhos. São acidentes e ninguém tem culpa (...)
Assim como há monstros físicos, não é possível que nasçam também mostros mentais ou psíquicos? O rosto e o corpo podem ser perfeitos, mas se um gene adulterado ou óvulo disforme pode produzir monstros físicos, o mesmo processo não poderia gerar uma alma deformada?
Os monstros são variações do normal aceito, em grau maior ou menor. Assim como uma criança pode nascer sem um braço, também se pode nascer sem bondade ou sem o potencial de consciência. Um homem que perde um braço num acidente precisa se esforçar ao máximo para se ajustar à falta, mas aquele que nasce sem braços sofre apenas das pessoas que o acham estranho. Como nunca teve braços, não pode sentir falta deles. (...) Para um monstro, a norma deve parecer monstruosa, já que cada pessoa é normal para si mesma. Para o monstro interior, a situação deve ser ainda mais obscura, já que ele não tem qualquer escala visível para se comparar com os outros. (...) Nunca se deve esquecer que um monstro é apenas uma variação e que para um monstro a norma é monstruosa (...)"
Trecho retirado do livro "A Leste do Éden" de John Steinbeck.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

um novo ano...novo?


E para acompanhar a frase do ano de 2008 (no contexto: Retrospectiva 2008 pela Globo): "A retrospectiva já foi melhor em outros anos..."
É, já tivemos anos melhores...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

A Sapatada

É uma receita simples:

Jogue ovos na careca de José Serra. Passado um tempo você terá uma torta...na cara de José Genuíno. Passado mais um tempo tempera com uma sapatada...em Bush.

É uma receita deliciosa pra indignação, repulsa, aversão e descontentamento.

Pois é, a sapatada que Bush levou foi bem merecida. Lamento o fato dele ter feito aulas com o Chuck Norris e ter adquirido uma agilidade impressionante. Ou será que ele fez um pacto com o diabo? Ou será ele próprio o diabo? Tudo me leva a crer nessa última opção. Mas o meu lado humanista e sarcástico, me faz pensar nas aulas com o Chuck Norris mesmo! Imagino horas de treinamentos, aqueles desafios impossíveis que só Chuck Norris consegue ultrapassar...agora ele e Bush!

Lamento, também, o fato dos outros jornalistas não ajudarem a fazer um montinho de sapatos em cima do dito cujo.

E se eu fosse dono da Adidas ou Nike chamaria esse jornalista para ser meu garoto-propaganda. Imagina que sucesso! Não precisariam mais gastar seus ovos em carecas que não os merecem. Não precisariam estragar tortas na cara de quem está ligando mais para o conteúdo de suas cuecas. Seriam sapatadas por todos os lados, como uma epidemia! E não me venham falar "Quem nunca errou que atire o primeiro sapato.". Todos nós erramos, sim. Em contrapartida meu slogan seria: "Atire, sim, o primeiro sapato se você sente que te fazem de trouxa!".

Sacada de gênio...ficaria rico!

SAPATADA EM BUSH - http://www.youtube.com/watch?v=pOqsBRS7lBY

JOGUINHO PARA MATAR UM POUCO A VONTADE - http://bushbash.flashgressive.de/

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

OH (vírgula) BENDITA VÍRGULA!

Vírgula pode ser uma pausa...ou não.

Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.

R$ 23,4.
R$ 2,34.

Pode ser autoritária.

Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Ela pode ser a solução.

Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.


A vírgula muda uma opinião.

Não queremos saber.
Não, queremos saber.


Portanto (vírgula) não mude uma vírgula do que registro aqui!
Mas no exercício abaixo (vírgula) empregue a vírgula onde quiser...

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

...ou depois de TEM ou depois de MULHER.


[besteira (vírgula) mas nem tanto (vírgula) recebida por e-mail]

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Um teatro para cada um. Um teatro para todos.

O ESPAÇO NO CENTRO
Eugenio Barba
"Cada um de nós que comece a fazer teatro se confronta com quatro questões, e deve resolvê-las de maneira absolutamente individual.
Como fazer teatro? Como alcançar tamanha eficácia em sua relação com o espectador, o que nós podemos denominar de o artesanato, o aspecto técnico, o savoir-faire? Como utilizar a sua própria presença psíquica, mental e física para suscitar no espectador algumas qualidades de energia que restabelecem o diálogo do espectador com ele mesmo, com sua própria história pessoal e histórica?
Por que fazer teatro? Por que nós passamos anos e anos aprendendo, nos impondo uma autodisciplina? Que voz íntima é esta que nos cochicha baixinho? É esta a verdadeira essência e sabemos que este cochicho nós não podemos formular em palavras sem que nos tornemos ridículos, sem que fiquemos profundamente vulneráveis.
Onde fazer teatro? Dentro da instituição 'teatro' ou fora da instituição? Em um hospital, uma prisão, na rua? Existe uma grande diferença no que diz respeito à visão de mundo, a uma tomada de posição, e também do ponto de vista técnico.
Por que você faz isto? Quem é o seu espectador? Seu espectador, e não seus espectadores. Na verdade, todo o trabalho começa sem pensar no espectador. Ele começa sempre com uma dose de insegurança, deixando jorrar todas as associações, as idéias, as visões mais estranhas, mais chocantes. Depois chega um momento em que o encenador não é mais o camarada, o parceiro leal de seus atores, em que o encenador muda definitivamente de 'campo' e em que ele se torna leal para com seus espectadores. É o momento em que todo o processo começa a ser julgado segundo a percepção do espectador.
Mas qual espectador? Quem é o espectador que me acompanha? Com quem eu diálogo, com quem eu posso me medir, que possa me dar retorno se um pequeno detalhe que meu ator trabalhou durante horas e horas será ou não eficaz? No início, quando eu comecei a trabalhar com os atores, eu não sabia muita coisa. Quando eu tinha problemas, começava a andar pela sala, parava em um canto onde existia um espectador invisível: Grotowski, com quem eu tinha trabalhado três anos. Eu o perguntava: 'Como eu vou resolver isto?'. Ele me dava respostas. Mas eu pensava que se eu fizesse o que ele me dizia, todos me tomariam como um mero imitador. Então eu mudava. Este momento, em que minha indecisão e minha insegurança puderam se confrontar com este espectador tão severo, mas que reagia, engajado, a todas as minhas idéias, foi essencial. Com o tempo, este espectador ficou no meu espírito mas outros espectadores se juntaram a ele. Atualmente, existem ao menos quatro.
Existe uma criança. As crianças, quando ainda pequenas, não têm a capacidade de abstração. É muito importante fazer um espetáculo que uma criança de três anos possa compreender. Então, eu trabalho de maneira a realizar um esqueleto dramatúrgico essencial e simples.
Existe também um espectador surdo. Através do visual, eu devo lhe contar aquilo que as palavras não lhe contam.
O terceiro espectador é cego. Tudo repousa então sobre a maneira com que eu crio o silêncio, com que eu crio o espaço através da voz. A voz lhe dá a sensação de que ele pode relaxar ou prestar atenção porque alguma coisa está lá. Tudo isto em relação ao texto, o que quer dizer uma montagem que, por um lado, utiliza as possibilidades sonoras da língua, e, por outro, todas as associações semânticas que ele pode nos fornecer.
O quarto espectador é Jorge Luis Borges, o homem que leu todos os livros. Então, o espetáculo vai estar repleto de detalhes, associações, citações que somente Borges vai compreender.
Um dia, eu descobri que este espectador fundamental, que de início eu chamava de Grotowski, tinha se transformado. Ele virou uma espécie de olho que me vê e me julga, e que me permite transcender a própria situação do teatro. E aí, eu me religo a uma tradição, a uma história, minoritária mas bastante forte, de um teatro que sempre lutou para que o espetáculo perca a sua função estética de espetáculo e adquira um outro valor para cada espectador individual.
Eu denominei a minha intervenção: 'O Espaço no Centro', porque tudo isto que eu disse dos diferentes espectadores não se endereça a um espectador real, isto se endereça a um 'espectador no centro'. Isto que eu tentei criar é uma planta que nós devemos proteger e sobretudo não forçar, pois corremos o risco de desenraiza-la. Uma planta que possa pulsar neste espaço central, que está em nosso interior, nesta parte de nós que vive exilada, que gostaria de reaparecer e viver em sua própria terra, visível, mas continua lá, escondida. "

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Um bom motivo para retornar!


Vinha pensando constantemente em retornar a postar neste blog abandonado. Mas não tinha idéia do que fazer para voltar por cima. Quando, de repente, uma idéia que surge, mas não motivada por mim. Motivada por milhões. Motivada pelo ÚNICO HEXACAMPEÃO BRASILEIRO e ÚNICO TRICAMPEÃO CONSECUTIVO!

Ah, o São Paulo Futebol Clube!!!

Só me traz alegria! Eu, que com apenas 23 anos já vi meu time ser NOVE VEZES CAMPEÃO PAULISTA, CINCO VEZES CAMPEÃO BRASILEIRO, TRÊS VEZES CAMPEÃO DA LIBERTADORES, TRÊS VEZES CAMPEÃO MUNDIAL e muitas outras conquistas que não caberiam apenas em uma postagem!

Realmente, não haveria melhor forma de retornar!

Obrigado São Paulo!


"Tu és forte, tu és grande

Dentre os grandes és o primeiro"

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Dia da Independência

Na escola quando pequenos, recebemos uma bandeira do Brasil na semana da comemoração da Independência de nossa Pátria. Olhando para aquele retângulo verde-amarelo e com a ingenuidade de criança, imaginamos que vivemos num país perfeito.
Quando crescemos vemos a realidade. Por exemplo, hoje mesmo nas manchetes dos principais jornais do país:

“Inflação oficial dobra com alta de alimentos” - Jornal Estado de São Paulo, São Paulo

“Mãe de Madeleine agora é suspeita” - O Globo, Rio de Janeiro

“Crise Aérea – Pressão afasta mais um diretor da Anac” - Zero Hora, Rio Grande do Sul

“Prefeitura de Belo Horizonte usa novo aterro de lixo sem licitação” - Estado de Minas, Minas Gerais

“Preso na Bahia um dos maiores seqüestradores do país” – Correio da Bahia, Bahia

“Assentados expulsos denunciam o MST” – O Estado do Paraná, Paraná.

Essas manchetes não são novidades para ninguém, afinal estamos acostumados a sempre ler isso quando pegamos nos jornais.
Acho que é por isso que a idéia de patriotismo seja tão confusa! Lidar com alimentos em alta (ah! se fossem apenas os alimentos), mães sendo supostas assassinas dos filhos, crise aérea, descaso de autoridades, violência...quando nos lembramos da Pátria? O nosso patriotismo se revela somente na Copa do Mundo – aí sim é bonito tirar aquelas roupas verde-amarela do armário, fora dessa época achamos super cafona uma pessoa vestida de “brasileira”.
Somos um povo tão carente de liderança, desde o tempo do rei que abandonou apavorado sua pátria. Será que ele “previa” isso? Ou será que se não fossemos “descobertos”, seriamos uma verdadeira PÁTRIA?
Em busca de solução continuamos mediocremente esperançosos em uma nova formação de educação, de cultura, de governos...
Apesar disso tudo, ADOREMOS NOSSA PÁTRIA AMADA BRASIL!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

ASSIM FALOU JUNG...

"Quem olha para fora, sonha; Quem olha para dentro, acorda."